segunda-feira, 28 de abril de 2014

Dormir demais pode ser arriscado


Dormir demais está associado a um maior risco de doença cardíaca e obesidade, diabetes e depressão.

Está claro que dormir é saudável. A Fundação Nacional do Sono faz campanhas regulares para celebrar os “benefícios do sono para a saúde” e especialistas vêm destacando a importância do sono para uma vida saudável, colocando-o no mesmo patamar de uma dieta saudável e exercício físico adequado.

Sono insuficiente tem sido associado a acidente vascular cerebral, obesidade e doença cardíaca. Mas dormir muito também pode ser arriscado. O hábito está associado a um maior risco de doença cardíaca e obesidade, para não mencionar a diabetes e depressão. Então como saber a medida certa? Quem não dorme bem durante a semana, pode dormir mais no sábado e no domingo para compensar?

A maioria dos especialistas diz que deve-se dormir regularmente por sete a nove horas por noite. O termo-chave aqui é “regularmente”. Ou seja, a questão não é o adolescente que dorme 15 horas para compensar os períodos insones de estudos (ou de festas). A questão são pessoas que dormem mais de nove horas diariamente, diz Kristen Knutson, uma antropóloga biomédica especializada na pesquisa do sono no Departamento de Medicina da Universidade de Chicago.

“Se você teve que se privar do sono durante a semana, tentar recuperar o atraso no final de semana é uma boa ideia”, diz Knutson. Por outro lado, dormir mais de nove horas por meses, significa que você pode estar tendo um sono com baixa qualidade. “Ou então você pode estar ficando doente e, seu corpo, exigindo que você durma mais”, completa.

Estudos indicam que passar muito tempo na cama pode causar alguns problemas de saúde específicos. O sono pode interromper o ritmo cardíaco do corpo, deixando-o mais propenso a doenças, por exemplo, e privá-lo de exposição à luz solar, o que pode comprometer o sistema imunológico. Um estudo descobriu que aqueles que dormiam muito têm o mesmo risco de desenvolver diabetes que aqueles que dormiam muito pouco.

O que pode estar acontecendo?


O especialista em sonolência excessiva durante o dia, diz que quando um paciente relata que precisa dormir muito, muitas vezes sofre de hipotireoidismo, condição em que a tireoide não produz hormônios de forma equilibrada. Esta condição pode influenciar o metabolismo e fazer com que a pessoa precise dormir demais. Alguns estudos sugerem que o hipotireoidismo afeta quase 5% dos adultos norte-americanos. A doença pode ser tratada facilmente com medicamentos.

Outra causa de dormir demais -e mal- é a apneia. Ela causa ronco e pausas na respiração durante o sono e uma queda nos níveis de oxigênio. Essa condição afeta cerca de 18 milhões de americanos, de acordo com a Fundação Nacional do Sono. Como o sono não é saudável, a pessoa dorme mais do que o considerado normal e, ainda sim, pode se sentir cansada quando acorda. A doença também está associada com a obesidade.

O problema de saúde mais comum de quem dorme demais, porém, é a depressão. Segundo Helene Emsellem, diretora do Centro de Distúrbios do Sono em Chevy Chase, “tratar a depressão muitas vezes pode diminuir as necessidades de sono. Entretanto, antidepressivos podem tornar as pessoas mais sonolentas”.

Nem todo mundo que dorme entre nove e 10 horas por dia não é saudável, dizem os especialistas. ”O que depende é se quando as pessoas acordam elas se sentem revigoradas”, diz Michael Breus, psicólogo no Arizona e especialista em distúrbios do sono. “Se estiverem bem depois de dez horas de sono, não sei se me importo. Mas se essas pessoas dormem e acordam já cansadas

terça-feira, 8 de abril de 2014

Especialista esclarece sobre os distúrbios do sono na infância



O sono, função fisiológica de grande importância para a criança, contribui na sua saúde como um todo. A boa qualidade de sono é aquela que supre as necessidades no que toca à quantidade de horas dormidas, com a criança acordando sem dificuldades, e permite que, no período seguinte de vigília, ela se sinta descansada e em boas condições de funcionamento mental, com desempenho satisfatório de suas funções cognitivas de memória e atenção.


De acordo com o especialista, os distúrbios relacionados ao sono podem ser causados por diversos fatores. “Nas crianças pequenas, são doenças como otites, distúrbios respiratórios, ou outras que provoquem dor e desconforto podem afetar o sono por tempo limitado. A alergia ao leite de vaca causa despertares frequentes, com ciclos de sono curtos. A doença do refluxo gastroesofágico costuma acordar a criança por dor, e a dor é aliviada quando se retira a criança do berço, bem como a síndrome de apneia e de hipopneia do sono que são causadas principalmente por doenças otorrinológicas ou por obesidade”, destaca.

Ainda segundo especialista, algumas orientações gerais podem ser fundamentais para a prevenção de distúrbios de sono durante a infância. “O sono é um processo aprendido, associado ao ritmo do dia e da noite e às condutas dos familiares em relação às rotinas para o sono da criança. É interessante que se repita um mesmo horário para dormir diariamente. O organismo se habitua aos horários, que se tornam rotina. As crianças são sensíveis às rotinas estabelecidas, trazendo para eles tranquilidade para dormir. Devem-se evitar atividades que excitem a criança perto da hora de dormir, como, por exemplo: visitas, brincadeiras, som alto e televisão”, alerta.

Desencorajar o hábito de dormir na cama dos pais também é importante, conforme o especialista, pois assim a criança se habituará a só adormecer na presença dos pais. “Esta atitude, no início, parece facilitar o sono da criança, mas traz muito trabalho para ser retirada. É aconselhável que o bebê seja exposto à claridade do sol entre 10h e 15h, para marcar a diferença entre a claridade do dia e o escuro da noite, o que favorece a consolidação do sono noturno. Em nosso meio, é frequente o hábito de oferecer mamada durante a noite. A criança que já teria condições de amadurecimento de seu relógio biológico para uma noite de sono consolidado pode passar a se despertar em virtude do ritmo de fome que se estabelece, pois ela se habitua a acordar naqueles horários. Portanto, a orientação é eliminar a alimentação durante a noite”, ressalta o especialista.

Além disso, é importante adotar um ritual para dormir de acordo com a dinâmica familiar, evitando utilizar o berço para brincadeiras e alimentação durante o dia.