O sono ocupa um terço da vida. Por isso, dormir mal é viver mal. Mais: dormir mal não significa, apenas, dormir pouco ou ter o sono interrompido por ruídos. Alguns distúrbios do sono podem até provocar problemas de saúde como infarto ou derrame cerebral, razão pela qual requerem diagnóstico e tratamento.
Segundo o neurologista Rubens Reimão, os distúrbios do sono são muitos e atingem cerca de 25% da população. A insônia, crônica ou eventual, afeta, diz Reimão, 20% das pessoas. Cerca de 4% dos brasileiros têm apneia ou roncam. Os outros distúrbios, mais raros, não ultrapassam, juntos, 1% da população.
Apesar disso, até 20 anos atrás, poucos médicos brasileiros se preocupavam com as conseqüências da má qualidade do sono. Alguns distúrbios, como o ronco, eram vistos como um problema do outro, do companheiro de quarto que se irrita com o som repetitivo causado pela vibração da passagem do ar pelas paredes da faringe. As mulheres, por sua vez, quase nunca admitiam ser capazes de roncar.
Por volta dos anos 80, esse cenário começou a mudar. As pesquisas foram impulsionadas pela invenção do polígrafo, aparelho que permite a realização da polissonografia, um método de avaliação do sono e de suas variáveis fisiológicas. Graças aos avanços dos estudos nessa área, hoje se sabe que os distúrbios do sono tanto podem ser sintomas de enfermidades já existentes como a causa de novas. Alguns deles são uma via de mão dupla. A insônia, por exemplo, na maioria das vezes é provocada por doenças psíquicas, como depressão e ansiedade, entre outras.
Num círculo vicioso, se for grave, poderá ocasionar novas moléstias, físicas ou psíquicas. Dependendo da intensidade, o ronco e a apneia causam hipertensão arterial, infarto, derrame cerebral ou pioram arritmias cardíacas. Doenças respiratórias, como asma, enfisema e fibrose, se agravam, ou, como alerta Lia Azeredo Bittencourt, pneumologista e coordenadora clínica do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), podem até mesmo surgir em conseqüência de distúrbios do sono.
Com a polissonografia é possível descobrir e dimensionar os distúrbios do sono, o que os provoca e quais suas conseqüências. O polígrafo mais sofisticado tem atualmente 16 canais, e cada um deles mede uma atividade diferente. Os resultados obtidos, combinados com os de outros exames clínicos, possibilitam um diagnóstico correto.
Com a polissonografia é possível descobrir e dimensionar os distúrbios do sono, o que os provoca e quais suas conseqüências. O polígrafo mais sofisticado tem atualmente 16 canais, e cada um deles mede uma atividade diferente. Os resultados obtidos, combinados com os de outros exames clínicos, possibilitam um diagnóstico correto.
Fonte: Portal Sesc