Síndrome prejudica o sono e pode alterar o comportamento
A cena parece ser bastante normal: um indivíduo acordando no
meio da madrugada para “assaltar a geladeira”. Sim, parece. Mas, no caso de
pessoas com a Síndrome Alimentar Noturna (SAN), não é bem assim. Descrita na
década de 50 pelo psiquiatra americano Albert Stunkard, a SAN é um transtorno
alimentar que se caracteriza pelo excesso de fome noturna, levando a um consumo
alto de calorias neste período.
Indivíduos com este distúrbio apresentam compulsão noturna
em pequenos períodos de tempo e ingerem mais de 50% do consumo diário antes de
dormir e durante a madrugada. Além disso, algumas pessoas ainda correm riscos
cortando alimentos, ligando o fogão ou, até mesmo, comendo comida crua. No
Brasil, ainda não há estudos sobre a SAN, porém, o distúrbio já afeta 1,5% da
população americana, crescendo bastante entre os obesos.
O principal problema da Síndrome Alimentar Noturna está
relacionado ao aumento de peso e às suas consequências, dentre elas, pressão
alta, diabetes e alteração de colesterol. Outro problema é a alteração do sono,
pois há a necessidade de despertar no meio da noite para se alimentar.
Segundo o
especialista, os indivíduos com a SAN apresentam também perda de apetite pela
manhã, tem problema de insônia e sono fragmentado, levantando-se uma ou mais
vezes da cama durante a noite. “A SAN é um distúrbio do sono chamado de
parassonia, ou seja, comportamento anormal que ocorre durante o sono e na
transição entre sono e vigília, que se enquadra na classificação de
sonambulismo”.
O especialista ainda explica que o sono normal depende da
liberação dos hormônios melatonina, responsável pela regulação do sono, e da
leptina, responsável pela sensação de saciedade. Indivíduos que despertam
durante a noite para comer apresentam nível menor na produção de melatonina e
de leptina, estando sujeitos, consequentemente, à insônia.
“O que ainda não se
sabe é se elas despertam por conta da sensação inconsciente de fome ou se, após
despertarem, vem essa sensação à consciência. Porém, é provável que a liberação
desses dois mediadores cerebrais estejam relacionados à SAN”, explica o
especialista.
Existem várias opções de tratamento para a Síndrome
Alimentar Noturna. Entre elas, acompanhamento comportamental com psicoterapia,
mudanças de hábitos de vida, e, em alguns casos, necessidade do uso de
medicação. “A principal medida preventiva, entretanto, é a boa alimentação,
sempre observando os horários e os alimentos adequados para cada refeição”,
finaliza o especialista.
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